Árvores para calçadas e sob fiações #01 - Resedá
RESEDÁ: UMA EXÓTICA ÚTIL E BONITA
Durante boa parte do ano, muitos a classificariam como uma simples goiabeira. Outros a confundiriam como uma jabuticabeira. Até que faz um certo sentido, pois seu tronco tem lá as suas semelhanças. Mas, na real, não é nenhuma e nem outra.
Trata-se da Lagerstroemia indica: uma arvoreta da família das Lythraceas que antigamente só “falava” as línguas nativas: a da China, Índia e Coreia. A partir de 1790, começou a falar o inglês, graças ao americano André Michaux, que a ensinou sobre os solos americanos.
O nome científico se deve a Magnus von Lagerstroem, diretor da Companhia das Índias Orientais no século XVIII, um amigo de Linnaeus.
Hoje, ela virou “arroz de festa” nas ruas do sul e sudeste brasileiro, onde ela não teve dificuldades para aprender a lição de casa. Gostou de nos fornecer várias qualidades que interessam à arborização urbana. Principalmente quando é plantada em calçadas encimadas por fiações elétricas e telefônicas. E também, aquelas fibras ópticas: é Claro!... Vivo!... Tim Tim por Tim Tim, que estão entulhando os postes da urbe. Coisa horrorosa!
O “Resedá” também é conhecido por diversos outros nomes populares, que variam de acordo com a região. Normal, viu! São apenas apelidos. Veja na ficha abaixo.
Uma particularidade do “Resedá” é que ela é um arbustão. Para que ela possa ir para a calçada, ela deve ser conduzida através de podas de condução. Todos os rebentos laterais devem ser cortados com estilete ou tesoura de poda, sempre bem esterilizadas (borrife as ferramentas com cloro 15%) para que ela não fique doentinha. Quando atingir tipo 1,80 m, corte a gema apical para que a copa comece dali pra cima. Pronto! Já pode ir para a calçada. Conforme o substrato e o tamanho do “berço” (depois da Covid, a gente não fala mais “cova”), ela vai crescer de 4 a 6 m de altura.
Outra coisa, tem funguinhos que adoram ela. Por exemplo, o Oídio: esse “vampiro” é facilmente visível quando aparecem pontos brancos no lado de baixo das folhas. Como combater? Com leite de teta de vaca. Isso mesmo! 10% do leite e completa para um litro com água. Pulveriza e pronto!
Cochonilhas e pulgões também são visitas inconvenientes. Mas, é só borrifar com extratos de NIN ou algum outro inseticida mais “brabo” quando a infestação pede socorro!
Pelo resto... é só alegria, principalmente quando ela floresce. Até as abelhinhas vão pro “rolê”.
FICHA TÉCNICA:
- Nome científico: Lagestroemia indica
- Nome popular: Resedá, Extremosa, Escumilha, Árvore de Júpiter.
- Família: Lythraceae.
- Origem: China, índia, Coréia, Japão.
- Clima: Sub-tropical. Sol pleno. Ideal para o sul e sudeste do Brasil.
- Porte: de 4 até 7 - 8 m.
- Crescimento: Moderado.
- Folhas: Simples, elípticas, mudam de cor no outono e caem no inverno.
- Tronco: Liso, escamoso e marmorizado.
- Flores: Tipo cacho nas cores rosa, vermelha, branca ou roxa, de novembro a fevereiro.
- Reprodução: Apesar dos frutos tipo cápsulas, é normalmente reproduzida por estacas.
- Solo: Prefere solos bem drenados, areno-argilosos e com matéria orgânica.
- Raízes: Profundas, raramente arrebentam calçadas.
- Uso: Na arborização urbana e em pequenos jardins ou até em vasos, como arbustos, a pleno sol.